Carlos Mayer
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1.Existem basicamente três tipos de óleo lubrificante: mineral, semi-sintético e sintético. Quais as diferenças básicas entre eles e as vantagens de cada um?
Os lubrificantes de base mineral são formulados com óleos básicos derivados do refino do petróleo. São compostos de frações de hidrocarbonetos podendo ser classificados como parafínicos, naftênicos ou aromáticos de acordo com a composição química, origem do petróleo e com os processos de refino.
Os óleos sintéticos possuem composição química bem definida, e são obtidos a partir de reações químicas de polimerização de insumos provenientes da indústria petroquímica. Podemos dizer que os óleos sintéticos foram desenvolvidos exclusivamente para serem utilizados como lubrificantes, sendo assim, possuem características excelentes para desenvolverem este papel. Seu processo de fabricação requer cuidados especiais, refletidos no produto final. Os óleos sintéticos, por sua maior estabilidade e detergência, mantêm suas propriedades por um período mais longo que os óleos minerais.
Os óleos semi-sintéticos constituem-se de uma mistura de bases minerais e sintéticas, em proporções variadas. Apresentam desta forma características intermediárias, de acordo com o percentual de cada base. Os óleos sintéticos apresentam, por exemplo, melhor resistência à oxidação que os óleos minerais. Quanto maior for o teor de base sintética em um óleo semi-sintético maior será sua resistência à oxidação.
É bom ressaltar que o benefício oferecido pelo óleo sintético está na lubrificação mais eficiente garantindo um aumento na vida útil do motor, e nunca na extensão do período de troca. Devido sua excelente estabilidade térmica e à oxidação, podem trabalhar sob temperaturas mais elevadas que os óleos minerais. Além disso, sua película lubrificante é mais resistente se mantendo mesmo nas condições mais severas de carga.
2. Quais as melhores aplicações para cada um desses tipos de lubrificantes nos veículos atuais?
O proprietário deve sempre se basear nas instruções do manual para lubrificação de seu veículo.
3. O que são e quais são as classificações API e SAE para óleos lubrificantes e as diferenças entre elas?
O API (Instituto de Petróleo Americano) estabeleceu um sistema de classificação para os óleos de motor, que é baseado em níveis de desempenho para cada tipo de óleo, sendo constituído de testes de motores, de bancada e de campo, e limites pré-estabelecidos de avaliação. Este sistema foi desenvolvido de tal forma que permite a adição de novos níveis de qualidade à medida que se fizer necessário suprir novas exigências da indústria automobilística: SF < SG < SH < SJ < SL.
A classificação SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos) não considera o desempenho do produto, mas apenas a sua viscosidade. A viscosidade de um óleo é a medida da sua resistência ao escoamento e varia conforme a temperatura. A baixa temperatura, um óleo é mais "espesso", isto é, sua viscosidade é maior. À medida que se aumenta a temperatura, o óleo torna-se cada vez mais "fino", isto é, sua viscosidade diminui. Um óleo que flui lentamente prejudica a partida do motor, enquanto que um óleo muito "fino" proporciona uma lubrificação deficiente e um alto consumo do mesmo. Atualmente encontramos no mercado, lubrificantes com diferentes classificações de viscosidade: SAE 20W 50, SAE 10W 40, etc. Colocando de maneira simplificada, um óleo 15W 50 se comporta a frio como um óleo SAE 15W e a quente como um óleo SAE 50. Na prática, o número que possui o W, refere-se à partida a frio do motor. Quanto menor ele for, mais rápido o óleo fluirá, no momento mais crítico, que é o da partida, evitando o contato entre as partes metálicas minimizando o desgaste. O número sem o W refere-se à viscosidade do óleo na temperatura de operação do motor. Assim, um óleo 5W 40, terá o mesmo comportamento de viscosidade a quente, que um óleo 15W 40 já que ambos serão SAE 40. Sua viscosidade na partida a frio, entretanto, será menor, permitindo que o lubrificante atinja a parte alta do motor mais rapidamente.
No Brasil são mais comuns os óleos SAE 40 e 50. Apesar disso, já existem montadoras que estão recomendando óleos mais finos para seus motores, mesmo para o nosso clima. É o caso, por exemplo, da Ford que recomenda para alguns de seus modelos um óleo SAE 5W 30. Essa recomendação se deve a tecnologia de motor mais avançada empregada nesses motores que requerem óleos "Fuel Economy" (Economia de Combustível). Esses óleos (mais finos) se adaptam perfeitamente a essa nova demanda, de motores mais econômicos e mais eficientes.
4. Como o usuário pode escolher o melhor lubrificante?
Em geral é indicado nos manuais dos veículos as especificações mínimas que o óleo deve atender para garantir que todos os requisitos de lubrificação sejam atendidos. Os lubrificantes para motores têm participação fundamental para que os novos projetos de motores sejam viabilizados. Os novos motores são mais agressivos aos óleos, na medida que seus regimes de operação são em geral, mais severos. Além de terem que assegurar uma lubrificação eficiente sob elevados regimes de contaminação, estes precisam suportar ainda, temperaturas de trabalho cada vez maiores e períodos de troca estendidos. As especificações de lubrificantes mais conhecidas são a API (americana), ACEA (européia) e a JASO (japonesa).
Essas especificações visam estabelecer limites de desempenho para os lubrificantes. Para tal, são submetidos a uma bateria de testes de bancada, de laboratório e de campo, onde são avaliados vários parâmetros, como desgaste de anéis de segmento, formação de depósitos, resistência ao espessamento, limpeza de carter e etc.
De posse dessa informação o usuário deverá optar por um óleo lubrificante que atenda ou supere a classificação de desempenho exigida. É importante verificar também se existe alguma restrição quanto à base do produto. Algumas montadoras não recomendam o uso de óleos minerais, desta forma apenas poderá ser empregado óleos semi-sintéticos ou 100% sintéticos. Para os casos onde não exista essa restrição, ficará a critério do usuário a escolha da base.
5. Se o usuário utilizar um óleo de classificação superior ao recomendado, isto trará algum benefício para o motor do veículo?
A utilização de um óleo com desempenho superior ao estabelecido pela montadora trará benefícios refletidos diretamente na vida útil do motor. Quanto maior a qualidade do óleo lubrificante, maior a proteção interna do motor. A utilização, por exemplo, de um óleo com classificação API SJ, onde é recomendado o uso de um produto API SF, garantirá que todos os requisitos mínimos de lubrificação estabelecidos pela montadora, serão atendidos e superados.
6. Quais problemas ele pode ter se usar um óleo de classificação inferior ao utilizado?
À medida que o motor entra em funcionamento, o nível de contaminantes no lubrificante aumenta progressivamente. Como os produtos da combustão são continuamente formados e absorvidos pelo óleo, torna-se cada vez mais difícil para ele proteger e lubrificar o motor. A degradação do óleo e sua exposição a temperaturas elevadas provocam um consumo (depleção) dos aditivos, contaminação e oxidação. A oxidação por sua vez ocasiona espessamento (aumento na viscosidade) e associada a presença de contaminantes (sujeiras) provoca também o escurecimento do óleo.
O usuário deverá seguir sempre as recomendações do fabricante de forma a garantir o bom funcionamento de seu motor. O uso de lubrificantes com classificação inferior à especificada no manual do proprietário poderá comprometer a proteção completa do motor, levando à redução em sua vida útil.
Os lubrificantes de base mineral são formulados com óleos básicos derivados do refino do petróleo. São compostos de frações de hidrocarbonetos podendo ser classificados como parafínicos, naftênicos ou aromáticos de acordo com a composição química, origem do petróleo e com os processos de refino.
Os óleos sintéticos possuem composição química bem definida, e são obtidos a partir de reações químicas de polimerização de insumos provenientes da indústria petroquímica. Podemos dizer que os óleos sintéticos foram desenvolvidos exclusivamente para serem utilizados como lubrificantes, sendo assim, possuem características excelentes para desenvolverem este papel. Seu processo de fabricação requer cuidados especiais, refletidos no produto final. Os óleos sintéticos, por sua maior estabilidade e detergência, mantêm suas propriedades por um período mais longo que os óleos minerais.
Os óleos semi-sintéticos constituem-se de uma mistura de bases minerais e sintéticas, em proporções variadas. Apresentam desta forma características intermediárias, de acordo com o percentual de cada base. Os óleos sintéticos apresentam, por exemplo, melhor resistência à oxidação que os óleos minerais. Quanto maior for o teor de base sintética em um óleo semi-sintético maior será sua resistência à oxidação.
É bom ressaltar que o benefício oferecido pelo óleo sintético está na lubrificação mais eficiente garantindo um aumento na vida útil do motor, e nunca na extensão do período de troca. Devido sua excelente estabilidade térmica e à oxidação, podem trabalhar sob temperaturas mais elevadas que os óleos minerais. Além disso, sua película lubrificante é mais resistente se mantendo mesmo nas condições mais severas de carga.
2. Quais as melhores aplicações para cada um desses tipos de lubrificantes nos veículos atuais?
O proprietário deve sempre se basear nas instruções do manual para lubrificação de seu veículo.
3. O que são e quais são as classificações API e SAE para óleos lubrificantes e as diferenças entre elas?
O API (Instituto de Petróleo Americano) estabeleceu um sistema de classificação para os óleos de motor, que é baseado em níveis de desempenho para cada tipo de óleo, sendo constituído de testes de motores, de bancada e de campo, e limites pré-estabelecidos de avaliação. Este sistema foi desenvolvido de tal forma que permite a adição de novos níveis de qualidade à medida que se fizer necessário suprir novas exigências da indústria automobilística: SF < SG < SH < SJ < SL.
A classificação SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos) não considera o desempenho do produto, mas apenas a sua viscosidade. A viscosidade de um óleo é a medida da sua resistência ao escoamento e varia conforme a temperatura. A baixa temperatura, um óleo é mais "espesso", isto é, sua viscosidade é maior. À medida que se aumenta a temperatura, o óleo torna-se cada vez mais "fino", isto é, sua viscosidade diminui. Um óleo que flui lentamente prejudica a partida do motor, enquanto que um óleo muito "fino" proporciona uma lubrificação deficiente e um alto consumo do mesmo. Atualmente encontramos no mercado, lubrificantes com diferentes classificações de viscosidade: SAE 20W 50, SAE 10W 40, etc. Colocando de maneira simplificada, um óleo 15W 50 se comporta a frio como um óleo SAE 15W e a quente como um óleo SAE 50. Na prática, o número que possui o W, refere-se à partida a frio do motor. Quanto menor ele for, mais rápido o óleo fluirá, no momento mais crítico, que é o da partida, evitando o contato entre as partes metálicas minimizando o desgaste. O número sem o W refere-se à viscosidade do óleo na temperatura de operação do motor. Assim, um óleo 5W 40, terá o mesmo comportamento de viscosidade a quente, que um óleo 15W 40 já que ambos serão SAE 40. Sua viscosidade na partida a frio, entretanto, será menor, permitindo que o lubrificante atinja a parte alta do motor mais rapidamente.
No Brasil são mais comuns os óleos SAE 40 e 50. Apesar disso, já existem montadoras que estão recomendando óleos mais finos para seus motores, mesmo para o nosso clima. É o caso, por exemplo, da Ford que recomenda para alguns de seus modelos um óleo SAE 5W 30. Essa recomendação se deve a tecnologia de motor mais avançada empregada nesses motores que requerem óleos "Fuel Economy" (Economia de Combustível). Esses óleos (mais finos) se adaptam perfeitamente a essa nova demanda, de motores mais econômicos e mais eficientes.
4. Como o usuário pode escolher o melhor lubrificante?
Em geral é indicado nos manuais dos veículos as especificações mínimas que o óleo deve atender para garantir que todos os requisitos de lubrificação sejam atendidos. Os lubrificantes para motores têm participação fundamental para que os novos projetos de motores sejam viabilizados. Os novos motores são mais agressivos aos óleos, na medida que seus regimes de operação são em geral, mais severos. Além de terem que assegurar uma lubrificação eficiente sob elevados regimes de contaminação, estes precisam suportar ainda, temperaturas de trabalho cada vez maiores e períodos de troca estendidos. As especificações de lubrificantes mais conhecidas são a API (americana), ACEA (européia) e a JASO (japonesa).
Essas especificações visam estabelecer limites de desempenho para os lubrificantes. Para tal, são submetidos a uma bateria de testes de bancada, de laboratório e de campo, onde são avaliados vários parâmetros, como desgaste de anéis de segmento, formação de depósitos, resistência ao espessamento, limpeza de carter e etc.
De posse dessa informação o usuário deverá optar por um óleo lubrificante que atenda ou supere a classificação de desempenho exigida. É importante verificar também se existe alguma restrição quanto à base do produto. Algumas montadoras não recomendam o uso de óleos minerais, desta forma apenas poderá ser empregado óleos semi-sintéticos ou 100% sintéticos. Para os casos onde não exista essa restrição, ficará a critério do usuário a escolha da base.
5. Se o usuário utilizar um óleo de classificação superior ao recomendado, isto trará algum benefício para o motor do veículo?
A utilização de um óleo com desempenho superior ao estabelecido pela montadora trará benefícios refletidos diretamente na vida útil do motor. Quanto maior a qualidade do óleo lubrificante, maior a proteção interna do motor. A utilização, por exemplo, de um óleo com classificação API SJ, onde é recomendado o uso de um produto API SF, garantirá que todos os requisitos mínimos de lubrificação estabelecidos pela montadora, serão atendidos e superados.
6. Quais problemas ele pode ter se usar um óleo de classificação inferior ao utilizado?
À medida que o motor entra em funcionamento, o nível de contaminantes no lubrificante aumenta progressivamente. Como os produtos da combustão são continuamente formados e absorvidos pelo óleo, torna-se cada vez mais difícil para ele proteger e lubrificar o motor. A degradação do óleo e sua exposição a temperaturas elevadas provocam um consumo (depleção) dos aditivos, contaminação e oxidação. A oxidação por sua vez ocasiona espessamento (aumento na viscosidade) e associada a presença de contaminantes (sujeiras) provoca também o escurecimento do óleo.
O usuário deverá seguir sempre as recomendações do fabricante de forma a garantir o bom funcionamento de seu motor. O uso de lubrificantes com classificação inferior à especificada no manual do proprietário poderá comprometer a proteção completa do motor, levando à redução em sua vida útil.