Enriquecendo a mistura para aumentar a potencia!!!!

[Vitor straggiotti]

Já possuindo todas as melhorias possíveis para se obter o máximo de potência do motor 2 tempos (80cc) como: escape dimensionado, carburador de maior vazão com filtro esportivo, retificar a entrada de ar combustível assim como a janela de saída dos gases, entre outros.

Para aumentar ainda mais a potencia tenho em mente prender um cilindro de oxigênio junto ao quadro da bicicleta, saindo do cilindro, um pequeno duto flexível próprio para alta pressão, passando por uma válvula (presente no guidon da bici) na qual controlarei a passagem do oxigênio, saindo da válvula o duto do gás sera ligado entre o filtro e o carburador. Bem, o que espero que aconteça é que quando o oxigênio for liberado, substituirá o ar atmosférico que passa pelo filtro (na qual contem somente 20% de oxigênio) pelo próprio oxigênio que esta sendo injetado (100% de oxigênio).

Obs: Sabe-se que para o motor realizar a combustão é necessário o COMBUSTÍVEL e COMBURENTE. O combustível é a gasolina (proveniente do tanque de combustível) e o comburente é o oxigênio (proveniente do ar atmosférico em uma concentração de 20%).


Eu gostaria de saber a opinião de vocês quanto ao enriquecimento de oxigênio na mistura ar combustível. A lógica parece boa, só não sei se funciona!!!

Sera que vai dar certo???
Se der, o ganho de potencia será significativo???
Acarretará algum dano ao motor por este feito???

 

[flavio.x]

Se isso durasse bastante você teria uma queima melhor e melhoraria a potência.

Os motores obedecem a 2ª lei da termodinâmica, no qual diz que nenhum motor será perfeito, ou seja, nunca transformará 100% de calor em trabalho.
O rendimento de um motor está em torno de 20% a 30%, sendo difícil se aumentar esse nível sem maiores alterações.

A instalação do óxido nitroso, popular "nitro" segue esses princípios, em que o NO2 se transforma em nitrogênio e oxigênio, sendo este ultimo o responsável pelo aumento da potência.

O grande problema do oxigênio é seu peso molecular, que está na casa de 32g/mol.
1 mol de gasolina pesa 106g, e para sua total queima é necessário 12,5 mols de O2, ou seja 400g!
Se você conseguir armazenar O2 em um cilindro de extintor pequeno de 1kg por exemplo, não daria pra muito tempo, mesmo aplicando as leis de pressão e volume, pois, ao sair do cilindro o O2 aumenta de volume.

Teria sorte se durasse 2 minutos hahaha!

 

[Carlos Mayer]

Receita de como acabar com um motor de bicicleta motorizada...

Prezado Vitor sem entrar no mérito ou sequer questionar seu empenho em busca de mais desempenho isso é uma receita que vai de encontro ao principais objetivos de uma bicicleta motorizada... Economia e durabilidade...

De que adianta aumentar a potência sem mexer em rolamentos, retentores, prisioneiros, bloco, cilindro, cabeçote e embreagem? Você realmente acredita que os anéis de segmento originais bem como o cilindro, cabeçote e bloco aguentarão o aumento de pressão ocasionado pela injeção direta de "oxigênio" dentro da câmara de combustão? O que ganhará com isso? Talvez de 3 a 5% de "desempenho"? E as custas de uma redução drástica na confiabilidade do conjunto? Mas é aquela história, é a sua bicicleta, o seu motor... Abç

 

[Vitor straggiotti]

valeu pela dica, mas eu só perguntei para saber o que iria acontecer. Não pretendo fazer isto em minha bina

 

[Carlos Mayer]

Bom saber Vitor... Bom saber heheheh

Sabe que nestes mais de 30 anos que mexo em motores de 2 tempos aprendi da pior forma possível o que um "veneno" pode causar em um motor 2 tempos...

É público e notório que são os motores mais fáceis de "envenenar" e isso desde a gloriosa equipe DKW que conseguia arrancar mais de 100 Cv de seus motores de 3 cilindros tornando os carrinhos imbatíveis nos circuitos do Brasil, mas era uma equipe de fábrica, patrocinada e os carros feitos para aguentar X voltas...

Abrir parcimoniosamente as janelas de admissão e escape é o primeiro passo para quem quer um veneno leve... Mas atenção, ao abrir demasiadamente as janelas o motor simplesmente não ligará mais. Polir as janelas acelera a entrada do combustível e a saída dos gases quentes... Mas atenção, ao exagerar no polimento da janela de admissão (eliminando todas as rugosidades) o combustível simplesmente evaporará antes de chegar ao motor.

Ok as janelas de admissão e escape estão parcimoniosamente abertas e criteriosamente polidas (heheheh).

Como nestas circunstâncias entrará mais combustível a mistura necessariamente terá que ser enriquecida... Ok com a mistura enriquecida e as janelas devidamente trabalhadas o motor irá ganhar em alimentação mas continuará limitado pelo escape original... Ai ou o sujeito corta metade do silencioso e reinstala a tampa inferior fazendo mais 1/2 dúzia de furos nela ou o escape original irá simplesmente impedir a saída dos gases quentes em velocidade compatível com a entrada de combustível levando o motor a embaralhar e carbonizar...

Ok as janelas de admissão e escape estão parcimoniosamente abertas e criteriosamente polidas, a mistura foi enriquecida e o escape trabalhado (heheheh).

Está tudo funcionando "acima" do projeto original... Ai entra a pergunta a vela Z8C dará conta do recado? Ou aquecerá demais fazendo o motor falhar em alta?

Supondo que tudo que foi feito esteja funcionando corretamente e lembrando que nesta altura o consumo aumentou significativamente, o barulho do motor chegou a níveis quase insuportáveis e a motorizada ganhou 20 ou 25 Km/h a mais de velocidade entram as seguintes perguntas:

Será que a junta metálica (entre o cabeçote e o cilindro) aguentará a maior pressão e temperatura?

Será que os rolamentos de gaiola da biela aguentarão o novo regime de rotação?

Será que os prisioneiros e porcas foram dimensionados corretamente para este ganho de potência?

Será que a mexida não deixou o motor ótimo em altos giros e fraco em baixos giros?

Será que os dois retentores do bloco bem como os rolamentos originais foram dimensionados prevendo este tipo de alteração?

Será que a medida de 50 Ml de óleo 2 tempos por litro de gasolina (motor amaciado) é suficiente para lubrificar o motor que trabalhará com mais RPM's e bem mais quente?

Será que o magneto e o CDI originais aguentarão este novo regime de rotações do motor? Ou o CDI cortará em determinada RPM?

Como pode ver amigo uma coisa leva a outra, que leva a outra e acaba que nunca mais pararemos de mexer nestes motores. Estaremos sempre tentando adequar uma alteração a outra perdendo de cara em confiabilidade, segurança e autonomia... É mesmo um caso a se pensar...

Forte abraço