Começando a envenenar

Simioni

New member
Bom pessoal, possuo uma bicimoto, 80cc, com algo em torno de 600 km rodados, decidi então depois de algumas pesquisas, que gostaria de começar a "envenar" minha xodó, porém com segurança, então venho pedir a ajuda de vocês em alguns quesitos.

Um carburador, de maior vazão (vulgo "esporte") que se adapte bem a bicimoto.
Velocimetro: analógico ou digital??
Cachimbo de moto: Seria uma boa??
Uma alternativa a vela original, já que não encontro a mesma em lojas, nem no site da bicimoto.
Escape dimensionado, algum de produção nacional ou somente importados??

E também, uma questão extra, já vi em alguns tópicos, ser falado sobre algumas dessas mudanças, porém não consegui chegar a uma conclusão SE, caso eu efetue TODAS essas, eu estarei prejudicando a vida útil da minha bicimoto.
 

Passaro de fogo

New member
É Amigo, envenena seu motor 2t 80 cc e prepare o caixão do coitadinho, pois ele vai morrer cedo cedo!
Caramba, quer correr compra uma moto e pronto, mais envenenar um motor 80 cc isso não consta na fabricação.
Eu não faria isso.
 
Última edição por um moderador:

Henrique santos

New member
Realmente, como o amigo Passaro de fogo diz: seu motor morrera logo logo, em minha opiniao envenenar com segurança nao existe, nao tem nada a ver uma coisa com a outra, voce respeitando os limites de seu motor, ele alem de só te trazer alegria durara por muito e muito tempo a sua vida util tambem. abraço
 

Thyago.Ernestus

New member
Bom, apesar de semi-leigo em mecânica 2T, há consenso em dizermos que aumento de desempenho pode significar diminuição da vida útil do motor, tendo em vista a alteração de alguns parâmetros mais críticos do projeto, senão vejamos:

Maior rotação implica maior desgaste geral, maior aquecimento, maior carga sobre as partes móveis do motor (pistão, rolamentos, etc), sobrecarga do sistema de embreagem, da coroa presa aos raios e do tensor da corrente, isso sem mencionar um consequente aumento de consumo de combustível.

Entretanto, nem todas as modificações necessariamente dão ao motor um certificado de óbito prematuro. Há aquelas que beneficiam o produto, aumentando sua durabilidade e melhorando a qualidade do funcionamento, como, por exemplo, a troca dos parafusos originais de fixação do kit por outros de aço inox, a substituição da vela e seu respectivo conector (cachimbo) por outros de melhor desempenho, a vedação com silicone da tampa do magneto e a troca do tensor da corrente por algo menos "genérico", por assim dizermos.

A troca do carburador, a meu ver, só se justificaria se o funcionamento do motor em sua configuração original fosse por demais insatisfatório, o que não creio ser o caso. De fato, os motores 2T 66cc são até bem fortes para o que se propõem, afinal, não podemos nos esquecer de que bicicletas motorizadas devem se comportar como bicicletas motorizadas, e não como motocicletas, que são projetadas para motores com torque maior e possuem freios e suspensões pensadas para seus respectivos motores.

Outro ponto a ser considerado é que, para que a troca do carburador por um de vazão maior se justifique, também o sistema de escapamento, e, quem sabe, até mesmo o retrabalho dos dutos de admissão e descarga tenham que se efetuados à dependência de profissional especializado e, quem sabe, a custo pouco convidativo, para que o efeito do investimento nesses novos componentes sejam de fato sentidos.

Com tudo isso em mente, entendo que "envenenar" o motor tenha mais contras do que prós. Talvez seja melhor investir em algo como o tal "jack-shaft" (me corrijam se errei o nome) que utiliza o sistema de câmbio da própria bicicleta de forma a otimizar a entrega de torque e potência à roda.

Saudações bicimotísticas!!!
 
Última edição:

Thyago.Ernestus

New member
VELOCIMETRO:

Quanto ao velocímetro, gosto pessoal e disponibilidade de verba devem ser considerados. O digital é mais caro, utiliza baterias que precisam ser trocadas de vez em quando (duram muito, mas não eternamente), e, via de regra, fornecem mais informação do que simplesmente a velocidade e a quilometragem acumulada no odômetro. Já o analógico, bem mais barato e simples, é também mais frágil pela sua natureza totalmente mecânica, porém dá um visual interessante, clássico.

Se você está disposto a ter um produto de ponta, vá de digital. Contudo, se você não se importa em ter algo mais barato mas não abre mão da praticidade, o analógico cumpre bem o seu papel, tendo sido, inclusive, a minha opção.

Velocímetros são, a meu ver, instrumentos importantíssimos em bicicletas motorizadas, pois ajudam a garantir a contagem dos quilômetros percorridos durante o amaciamento do motor, bem como a monitorar a velocidade para evitar os naturais momentos de "empolgação" (rsrsrsrs).

VELA:

Tudo o que pudermos fazer em prol de melhorarmos os nossos motores é sempre bem-vindo. Uma alternativa à vela original é a NGK B5HS, que, conforme relatos encontrados aqui mesmo neste forum, funciona muito bem nos motores Bicimoto 2T.

CACHIMBO:

Em sendo necessária a sua substituição, existem cachimbos fabricados pela própria NGK para motores 2T de moto que se adaptam perfeitamente ao Kit Bicimoto.
 

Carlos Mayer

New member
Gosto destas questões que envolvem bicicletas motorizadas vs. desempenho...

Por mais antagônico que isso possa parecer já que a proposta inicial de uma bicicleta motorizada é a economia de combustível em detrimento da velocidade máxima ou do desempenho, até mesmo pelas limitações impostas por um quadro, rodas e freios de bicicleta.

Analisando item por item de sua lista:

CARBURADOR - O único carburador "esportivo" compatível com os nossos kits a venda no mercado nacional é o CNS Wabron. Relatos aqui mesmo no Fórum dão conta de que este carburador é difícil de regular, não tem peças de reposição e não entrega o que promete em termos de desempenho "esportivo" no mais tende a fazer o motor trabalhar quase sempre engazopado (mistura excessivamente rica) sem oferecer recursos de regulagem que permitam a correção necessária da mistura. Carburadores esportivos importados. Estamos falando de outro assunto marcas consagradas como Dell Orto e Speed tem modelos compatíveis com nossos kits mas que devido às taxações se tornam a importação praticamente inviável. Eu comprei um Speed para minha 50cc 2 tempos. Importei-o dos EUA, veio com 3 agulhas, 3 giclês, filtro de ar quadrado de alta vazão e jogo de juntas. Com isso consegui realmente (depois de muita luta) acertar a carburação de minha 50cc 2T que teve as janelas de admissão e escape trabalhadas ANTES da troca do carburador. Custo da importação? Uns U$ 240,00 + taxas

VELOCÍMETRO - Como disseram vai de gosto. Eu prefiro os ciclo computadores multi funcionais. O meu da marca Serfas por exemplo me permite até a programação das revisões e trocas de óleo (está instalado em uma 4 tempos). No mais vale ressaltar que o erro percentual dos velocímetros digitais é infinitamente menor do que o apresentado pelos velocímetros mecânicos. Se formos falar exclusivamente de visual eu ficaria com os mecânicos, mas como prefiro a precisão opto sempre pelos digitais. Vale ressaltar que alguns velocímetros digitais de baixo custo são tão imprecisos quanto os mecânicos e alguns chegam a sofrer interferência do campo magnético gerado pelo magneto causando erros consideráveis na leitura. Opte por marcas consagradas se for comprar um digital. Neste caso o barato sai caro.

CACHIMBO - Este ou funciona ou não funciona. A instalação de um de melhor qualidade certamente te deixará mais tranquilo no que toca a durabilidade. É um investimento baixo (em tono de R$ 15,00 a 25,00) que realmente vale a pena. Mas acredite não trará benefícios no desempenho.

VELA - Testei em minhas 2 tempos as velas Z4C e Z8C da Bicimoto. Não gostei dos resultados de nenhuma das duas. Consegui partidas mais rápidas, menores temperaturas de funcionamento e até maior economia com a utilização da NGK B5HS e nunca mais mudei de marca ou tipo. É comum a garotada postar na internet que após a instalação de velas NGK Iridium ou Denso Iridium Power a motorizada virou um foguete... BALELA...

ESCAPE DIMENSIONADO - Os escapes dimensionados a venda no mercado nacional são fabricados em sua grande maioria para Mobiletes e Scooters e podem sim ser instalados (na verdade adaptados) em bicicletas motorizadas de 2 tempos. Melhoram o desempenho? Sim algo em torno de 5 a 10% quando muito mas cobram um preço... Muito barulho e o motor rodando perigosamente em altas RPM's. Sem mencionar que ao mexer no sistema de escape (por exemplo) sem mexer no sistema de alimentação você poderá acabar comprometendo o funcionamento do motor. Entenda que existem regras e parâmetros entre os valores de admissão da mistura e a saída de gases quentes nos motores de 2 tempos é esta relação que criará o vácuo necessário no momento da admissão... Desequilibrar esta "conta" muitas vezes pode diminuir o desempenho de um motor ao invés de aumentá-lo.

O QUE SERIA UM VENENO ENTÃO?

Para realmente envenenar um motorzinho destes o trabalho seria bem mais extenso do que a simples troca do carburador e do escapamento. Começaria com a desmontagem do motor e troca de todos os rolamentos originais (incluindo o de gaiola da biela) por rolamentos de marcas consagradas como NSK. Em seguida o virabrequim precisaria ser balanceado e aliviado. Troca de todas as porcas, arruelas de pressão e arruelas lisas por peças de aço inoxidável. A troca da junta do bloco do motor de papel (original) por veda juntas para motores de alta compressão como por exemplo a comercializada pela Hylomar. Para finalizar esta parte eu ainda perderia um tempo reforçando a base dos prisioneiros no bloco.

A parte seguinte seria trabalhar as janelas de admissão e escape. Alargando-as e polindo seus dutos (sem no entanto eliminar 100% a porosidade sob o risco do combustível evaporar antes de chegar a câmara de combustão). Este processo se dá milímetro a milimetro sempre testando o motor após cada alteração (em meu 50cc consegui ótimos resultados com 2mm em cada), mas como disse não existe uma "receita" e se o sujeito "arrombar" as janelas muitas vezes o motor nem liga... As alterações nas janelas de admissão e de escape deveriam ser feitas já com o dimensionado e o carburador de alta vazão instalados de forma a encontrar um ponto de equilíbrio. Depois em função da mexida nas janelas, escape e carburação começar os testes de mistura ar/combustível e vela de ignição... Momento de descobrir se o motor funcionará melhor com uma vela mais fria ou mais quente do que a original...

Pensa que acabou? Não mesmo...

Com a nova configuração do propulsor é chegada a hora de testar como a relação reagirá ao novo regime de rotações do motor. Você pode ficar com ótima arrancada e o motor gritando a 45 Km/h ou péssima arrancada e o motor voando a 85 Km/h... Nem sempre a relação original de pinhão de 10 dentes e coroa de 44 funciona...

Ai com tudo isso acertado e resolvido vale reforçar o quadro nas soldas, usar aros de parede dupla, raiação dupla inox, eixos rolamentados, freio a disco na dianteira e V-Brake de qualidade na traseira uma mesa de guidom de qualidade e pneus que aguentem a maior velocidade...

Coloca isso tudo na ponta do lápis... Desista e compre uma 125cc heheheh

É possível fazer? Sim... Vale o que custa???

Forte abraço
 

Simioni

New member
Carlos e Thyago, suas respostas foram mais do que satisfatórias para mim, a do Carlos, mais complexa e completa, e a do Thyago simples e objetiva. Tiraram bem minhas duvidas, e depois disso, creio que a melhor coisa a se fazer e manter minha xodó, do jeito que esta, mudando somente o essencial, e mantendo a integridade da minha bina, e do meu dinheiro também rsrsrs. Pretendo somente mudar meu cachimbo, e como citado, comprar um velocímetro de melhor qualidade. Agradeço também a resposta dos outros, alertando-me para a integridade de meu motor.
 
Top